Um aborto espontâneo não deve acabar com seus sonhos de engravidar.
Para as mulheres que possuem o sonho de ser mãe, sofrer um aborto é um verdadeiro pesadelo, que pode acarretar em grandes traumas emocionais. O que muitas mulheres não sabem é que o aborto é uma ocorrência natural e relativamente frequente. A interrupção espontânea da gravidez pode acontecer até a 20a, 22a semana de gestação e não é, necessariamente, motivo para desespero.
Em torno de 60% dos casos, isso ocorre por má formação ou alterações genéticas e o embrião é eliminado naturalmente. Cerca de 20% das mulheres que descobrem a gravidez passam por isso. A ocorrência é ainda maior se considerarmos os casos onde a mulher tem a interrupção antes mesmo de descobrir a gravidez e acaba confundindo com a menstruação. Apesar de o aborto espontâneo ser um fato que assusta as mulheres, ele é considerado normal, se repetido até 3 vezes consecutivas. Vamos entender mais sobre isto:
Os motivos do aborto espontâneo
Pesquisas indicam alguns dos principais causadores do aborto espontâneo, que podem variar desde fatores genéticos a comportamentais. Estas são as principais causas apontadas para a incidência da interrupção da gravidez antes da 22ª semana:
- Idade: A idade é um fator que deve ser analisado com cuidado no planejamento de uma gravidez. As mulheres com idade a partir de 35 anos possuem maior risco de incidência do aborto espontâneo, devido a maior possibilidade de produzir embriões com anormalidades cromossômicas. Em mulheres acima de 40 anos, a incidência quase dobra em relação a faixa dos 20 anos.
- Infecções: Alguns tipos de infecções podem elevar o risco do aborto. São elas: caxumba, gonorreia, sífilis, HIV, rubéola, citomegalovírus, entre outras.
- Hábitos nocivos: Durante a gravidez a mulher deve se preocupar com seus hábitos para garantir a saúde do bebê. O consumo de bebidas alcoólicas, cigarro, drogas em geral e o consumo de café em excesso (de mais de quatro xícaras por dia) podem estimular o aborto.
- Doenças crônicas: Como diabetes; doenças na Tireoide; doenças renais; entre outras. No entanto, o risco é bem menor caso estas doenças estejam sendo tratadas e haja acompanhamento médico.
- Medicamentos: O uso de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios pode acarretar em aborto.
- Alterações imunológicas: Alterações hormonais e imunológicas causadas por inúmeros fatores também podem ser responsáveis pelo aborto espontâneo.
Os principais sintomas
Muitas mulheres, por não saberem que estão grávidas acabam confundindo o aborto espontâneo com a chegada da menstruação. Os sintomas são cólicas semelhantes às menstruais e sangramento forte. No entanto, em alguns casos este sangramento intenso não chega a acontecer.
O aborto também é confundido muitas vezes com o sangramento normal do princípio da gravidez. A principal diferença entre eles é a quantidade de sangue, uma vez que a presença de pouco sangue ao urinar ou na calcinha no princípio da gravidez é normal. Além disso, nem todo sangramento com maior volume de sangue é um aborto. Independentemente do volume, é indispensável procurar o seu médico e realizar um ultrassom para identificar o real motivo do sangramento.
Se você acredita que sofreu um aborto, procure seu médico, ele lhe recomendará exames para comprovar a gravidez e certificar-se sobre a situação de sua saúde.
Lidando com a situação
Se você já teve alguma interrupção espontânea antes da 22ª semana de gestão, não se desespere. Não é uma situação agradável, principalmente se o casal deseja a gravidez já há algum tempo, mas ela deve ser encarada como uma ocorrência natural, apesar de desagradável. Saiba que há chances do aborto se repetir nas próximas tentativas de gravidez e não deixe que isso a desanime.
Se você já sofreu um aborto, a orientação mais comum é aguardar cerca de 4 ou 6 semanas, ou mesmo a normalização do ciclo menstrual antes de dar início a uma nova tentativa. O seu médico poderá recomendar repouso durante os primeiros meses da gestação. Quando a causa da interrupção prematura é de conhecimento do médico -e passível de prevenção- como nos casos de insuficiência do colo uterino e doenças crônicas, é possível tomar algumas precauções para evitar que a situação se repita. Essas recomendações deverão ser passadas pelo seu médico e seguidas à risca! É fundamental também procurar apoio médico na terceira ocorrência seguida da interrupção espontânea da gestação.
Se você está passando por esta situação, não se abale ou se sinta culpada. Muitas vezes é só uma ocorrência normal do seu corpo e não vai impedir os seus sonhos de engravidar!
Conseguiu esclarecer suas dúvidas? Esperamos que sim! Se você já passou por esta situação, conte para a gente, nos comentários, como você lidou com a situação e como foi a sua gravidez após a experiência.